E aí, Brasil? Eu sou a Amanda Mendes e hoje vim compartilhar com vocês algumas coisas relacionadas a minha transição capilar.
A minha transição começou em agosto de 2015 quando já não me sentia bem ao olhar no espelho. Sentia um acúmulo de frustrações, questionamentos e curiosidade que me impulsionaram a parar com todos os procedimentos químicos e me conhecer de uma forma, antes, inimaginável.
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No início eu cortei boa parte da química que meu cabelo carregava e mantive outra. Pois não consegui cortar tão curto, assim, logo de cara. Estranhei aquela textura esticada e sem forma que meus fios alisados apresentavam, fazia texturizações pra tentar estimular uma possível onda ou cacho, mas nem sempre dava certo. A texturização que mais usei foi a de coquinhos, que é quando dividimos o cabelo em várias mechas e formamos inúmeros coques por toda a cabeça, o resultado era legal e ajudava a disfarçar a bagunça que era minha raiz crespa presa a fios esticados.
Passei os primeiros sete meses em transição fazendo isso: texturizando e me chateando. Pois, depois de um tempo aquilo tudo já não funcionava mais em mim e só me restou aderir ao coque, que me salvou em vários momentos haha. Depois desse período inicial eu comecei a usar tranças Box Braids e elas deram um super up na minha autoestima. Além disso, elas me conectaram ainda mais com minhas raízes, busquei saber mais sobre mim, sobre minha ancestralidade e a força que tudo isso tinha na minha vida.
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Big chop
Usei as tranças por mais nove meses e elas me ajudaram muito! O processo ficou bem mais tranquilo e prático com elas. Troquei de cor, me vi de outras formas. E então, chegamos no dia 13 de dezembro de 2016, que o meu Big Chop (grande corte) aconteceu. Nesse dia eu estava super empolgada, ansiosa, com um pouco de medo, mas a vontade de, finalmente, assumir meu cabelo natural era maior do que qualquer coisa. Eu tive a ajuda da minha irmã Carol, que cortou todas as pontas lisas da parte de trás. Logo em seguida, eu assumi e concluí todo o processo ao cortar as pontas da frente.
Quando me olhei no espelho pela primeira vez e enxerguei o meu cabelo natural e saudável. E então, me rendi as lágrimas e fui tomada por um turbilhão de emoções inexplicáveis. Creio que só quem passa por esse processo consegue entender um pouco do que senti, é algo transformador!
Durante a transição eu enfrentei dias em que minha autoestima estava baixa, meu cabelo, uma bagunça e nada funcionava. Recebia olhares tortos, pessoas se sentindo no direito de opinar sobre o que eu deveria ou não fazer, mas nada disso foi capaz de me parar. Eu segui, enfrentei cada dificuldade. Aprendi muito sobre mim, sobre minhas vontades, meus gostos e desejos, sobre me aceitar e parar com a mania de comparação com os outros.
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Minha transição capilar me transformou de uma forma especial e verdadeira! Por isso sou grata por cada luta e, se fosse preciso, passaria por tudo novamente! Só para poder me ver tão forte e sincera com minha trajetória, meu corpo e minha imagem!
Por isso manas, não desistam e não se deixem levar por aquilo que os outros dizem. Só nós mesmas sabemos das nossas lutas e dores, nós temos em mãos a missão de escrever nossas histórias. Arraseeeeem e confiem em vocês! Afinal, somos maravilhosas!!!
Beijos e até a próxima!