Oi maravilhosas! Aqui é a Sabrina Dibynis, do canal “By Crespa” e hoje o assunto é sério: estereótipos do cabelo crespo. Quando se é crespo(a), infelizmente, é comum ouvir de ouras pessoas, comentários não só desagradáveis, mas cheios de preconceitos. Somos enquadrados em estereótipos e sofremos isso de estranhos, de parentes, de amigos e até de familiares e lidar com isso não é nada fácil.
Mas, antes de tudo, você sabe o que é um estereótipo? Estereótipo é uma imagem preconcebida que define e limita grupos e pessoas que são minoritárias socialmente, consiste em classificar o outro através de visões superficiais de pouco ou de nenhum conhecimento real sobre vivências, culturas e pessoas, acabando por se sustentar em discriminações como racismo, homofobia, xenofobia, intolerância religiosa e outros.
Porém, quando se trata de cabelo crespo, onde essa discriminação se enquadra? Por ser uma característica negra, o cabelo crespo é hostilizado e visto como ruim e, a partir disso, os preconceitos direcionados a ele são estereótipos racistas. Comentários como “bucha” e “Bombril” são utilizados comumente para se referir ao nossos cabelos, além das perguntas desnecessárias como “Você penteia seu cabelo?”, “como faz pra lavar?” e o famoso “posso tocar?”. Como consequência dessas ideias e de sua reprodução é que homens, mulheres e crianças crespas têm sua autoestima ferida e são discriminados em diversos espaços.
A hostilização do que é o cabelo crespo leva milhares de crianças a alisarem os fios com produtos prejudiciais à saúde – quem se submete ao alisamento o faz comumente por, em algum momento, ter sido alvo de estereótipos racistas por ser crespo(a). Já a discriminação que ocorre em locais de trabalho, escolas e entrevistas de emprego, delimita o espaço de ocupação por direito de quem possui esse tipo de curvatura.
Além disso, por ter seu cuidado invisibilizado, não existiam marcas e empresas que voltassem seus produtos capilares para esse público, restando apenas cremes e shampoos destinados ao cabelo liso/cacheado ou aos quimicamente tratados – hoje, a Salon Line é a empresa responsável por dar início aos produtos que contemplam os crespos.
Mas, ainda que o preconceito sobre o cabelo afro seja algo a se enfrentar diariamente por nós e em diversos espaços, existem formas de nos fortalecermos. O principal de tudo é a representatividade! Palavra que adoramos, né? Quando existe representatividade, nós nos vemos no outro e temos a chance de nos admirar.
Ver diversas pessoas que são como nós, possuem vivências como as nossas e se orgulham de si, exibindo seu crespo e o exaltando, traz um novo significado sobre o que é ser belo e como precisamos do amor próprio e da aceitação – além de tornar mais acessível o cuidado com o nosso tipo de cabelo, não à toa, a mídia possui papel muito importante nessa parte, incluindo as redes sociais.
Acompanhar pessoas no Instagram, no YouTube e no Facebook que se pareçam com você e, portanto, tenham o cabelo black, mostra como pode ser incrível ser da maneira que se é e assim criar uma identidade onde os preconceitos se tornam pequenos diante do seu empoderamento.
Lembrar que o cabelo afro remete a luta pelos direitos civis dos negros nos EUA, por exemplo, traz referências de combate ao preconceito e exaltação do crespo e suas características. O diálogo com quem reproduz essas ideias também é essencial para mostrar suas consequências de como o cabelo crespo deve ser respeitado.
Por isso, vamos nos empoderar para diariamente nos vermos como merecedores e lindos. E aí? Bora elogiar crespos e crespas? Seja na rua, nas redes, conhecidos ou não, é um fortalecimento enorme! Ame o seu crespo e o do outro também! Beijos meus amores!